DEPRESSÃO IDEOLÓGICA

Chegando a duas décadas de exercício do voto direto, desde Vereador a Presidente da República, fica uma indagação ideológica dentro da ciência política. Qual a ideologia política que está valendo no atual momento brasileiro para as eleições de 2010?

Após O Regime Militar, implantado no País pela Revolução de 31 de março de 1964, o primeiro civil a ser eleito para Presidente da República Foi Tancredo Neves do PMDB e teve como Vice José Sarney do PDS. A eleição se deu por via indireta, ou seja, pelo Colégio Eleitoral. Tancredo na véspera da posse, no dia 14 de março de 1985, foi internado em estado grave e veio a falecer em 21 de abril do mesmo ano. Toma posse no seu lugar José Sarney como o primeiro Presidente da nova República Democrática, com a ideologia de política de direita.

A primeira eleição presidencial pelo voto popular, se deu em l989 e foi vencedor Fernando Collor de Melo do PRN , contra Luiz Inácio Lula da Silva do PT,candidato da “Esquerda”. Foi um Presidente que representava o grupo político de “Direita”, com um projeto neo-liberal. Este teve seu mandato interrompido em 1992, por processo “impeachment,” envolvido em corrupção e enriquecimento ilícito. Assumiu a o Vice Presidente Itamar Franco, permanecendo até o término do mandato.

O segundo Presidente eleito pelo povo brasileiro foi Fernando Henrique Cardoso do PSDB, com o posicionamento ideológico de”centro esquerda” dentro de uma visão social democrata. Governou o País por oito anos, dentro dos parâmetros do neo-liberalismo seguindo a conjuntura econômico mundial. Organizou a economia do País através do Plano Real após sucessivos planos econômicos desastrosos. Com isso tornou-se o primeiro Presidente reeleito no Brasil.

O terceiro Presidente eleito no regime democrático brasileiro é Luiz Inácio Lula da Silva do PT. Em tese a “Esquerda” chega ao poder contestando todas as teses políticas defendidas pelos seus antecessores. Ao assumir o Governo manteve a conjuntura econômica herdada, transformou a política social em assistencialismo generalizado pelo sistema de “bolsas” em busca da reeleição, agora como projeto de “poder político”, pois, divergiu dos ideários do partido em toda a sua essência.

Concluindo o raciocínio político: ver José Sarney, Fernando Collor e Lula unidos em um mesmo processo eleitoral, e tentar entender a dialética Hegeliana da Tese, Antítese e a síntese, é fundir a cabeça de qualquer eleitor consciente.

Daí pra frente o eleitorado da camada pensante, sem ter mais no que pensar, fica a beira de uma Depressão Ideológica.